nota 5 (o desconhecido)

Uma pequena aranha, marrom, muito pequena, quase imperceptível, descia pela rosto dele. Ele olhou o espelho para escovar os dentes e observou o pequeno inseto. Com um gesto cotidiano tirou a aranha que se lovalizava na sua testa. A aranha obviamente morreu. Ele realizou a sua higiene e saiu pela porta. Assim começava mais um dia para ele.

nota 4 (o filho mais velho)

faço votos aqueles que criam no seu dia a dia um pequeno espaço no céu. esses são os verdadeiros corajosos e iludidos. busco um diploma qualquer nessa faculdade da vida, apenas para conseguir uma cela especial no inferno. ter o direito de poder escrever uma folha por dia, ou uma hora num tablado vazio. levarei daqui as essências mais cruéis da noite. a pele queimada de álcool e o ar profundo de nicotina. quanto mais tristeza me cerca, o ato mais ínfimo, mais sutil, me ilude de forma erótica. o centro de meu ser se torna oco e me entrego a única possibilidade de solidão que aparece. preciso me despojar ao máximo para ficar sozinho e fazer hipóteses de poder sonhar.