Textos, escolhas, cenas e ações. Eu deveria descrever o blog. Mas necessito de algo mais...
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Professor Ricardo - parte 02
Esse é o velho som que há tanto me atordoa. Velho maquinário que me acompanha. De tempos longes. De lugares com o ritmo lento. Esse velho som é a anarquia do mundo lá fora. Depois dos ossos. Que se transforma em gritos travados e lágrimas raras. Processo retilíneo. Refutar. Piedade ao silêncio que açoita com seu peso. Já não sou mais feliz e quando me vejo assim, como criança, como nos tempos longes, minha ansiedade se torna ingenuidade. Tudo o que faço vira em via de cascata de criação uma merda sem tamanho. Para quem minha sinceridade é mostrada? A troco de quê? Seria mais útil fazer isso ao dia. Mas o velho som está alto por demais esta noite. Estou realmente cansado.
Quero
Eu quero uma noite para mim
Nas minhas mãos
Como cabelos negros
Mania deliciosa
Sem mentira
Eu quero você sonhando
Noite de Luas
Como criança na praia
Perdida em meu território
Como Cigana
Eu quero saber hoje
Como Sol
Nostalgia
Dessas coisas de amar
Sobre você
Sobre mim
Pois preciso que diga
Pode ser de uma forma só
A mais simples
Com a sua cor
O que queres de mim
Nas minhas mãos
Como cabelos negros
Mania deliciosa
Sem mentira
Eu quero você sonhando
Noite de Luas
Como criança na praia
Perdida em meu território
Como Cigana
Eu quero saber hoje
Como Sol
Nostalgia
Dessas coisas de amar
Sobre você
Sobre mim
Pois preciso que diga
Pode ser de uma forma só
A mais simples
Com a sua cor
O que queres de mim
De algum personagem perdido
Na parede fria me apoiava. Estava sentado na cama. Doía minha cabeça. Havíamos transado. Eu estava entediado. Eu suava sem parar. Não tinha cigarro. Não fumava até então. Ela se levantou, ligou o rádio e me deu uma toalha para me limpar. A toalha estava suja e seca. "Quantos homens passaram ali?" Me limpei no lençol quando ela saiu do quarto em direção ao banheiro. Estava entediado e naquela noite iria chover. Quanto ridículo somos. Aventurando-se em lugares que não nos dizem nada e nem preenchem. Qual o luxo que me ofereço? Nenhum. Apenas saídas escassas como o canal. Naquela noite choveu mesmo. Chovia fino e parecia frio na rua. Um homem passou pelo outro lado segurando uma garrafa de conhaque. Ele tomou o que seria o último gole, atirando a garrafa no meio da rua em seguida. Estava tedioso na rua também.
- Como você esta?
- Você tem um cigarro?
Ela me deu um cigarro. Eu nunca fumei, mas sabia como fazer. Não tossi, não achei o gosto ruim e pensei nas pessoas que sentem angustias profundas.
- Você se desligou num momento. O que você tem?
- Já transasse com a janela aberta? Uma vez transei no quarto andar...
Desse modo a rua é vista. Você vê as pessoas andando, correndo, carros peidando, poste piscando, gatos nos telhados vigilando, homens de rua andando em linhas tortas, etc. E você percebe que está transado. Como se fosse duas moscas fudendo na mesa da cozinha, do lado dos restos do bolo ou coisa assim. Mero joguete. Nesse ponto você perde a respiração e fica meio entediado ou enjoado.
- ... você segue porque tem que seguir. Pensar nisso da fome e sono.
- Idiota.
- É uma forma de pensar.
E ali me apoiei. Na parede fria. Meus pêlos da barriga estavam molhados e o umbigo sujo. Eu precisava limpar ele. Não limpei. Estava entediado e gostando da ideia. Quem mais estava?
- Como você esta?
- Você tem um cigarro?
Ela me deu um cigarro. Eu nunca fumei, mas sabia como fazer. Não tossi, não achei o gosto ruim e pensei nas pessoas que sentem angustias profundas.
- Você se desligou num momento. O que você tem?
- Já transasse com a janela aberta? Uma vez transei no quarto andar...
Desse modo a rua é vista. Você vê as pessoas andando, correndo, carros peidando, poste piscando, gatos nos telhados vigilando, homens de rua andando em linhas tortas, etc. E você percebe que está transado. Como se fosse duas moscas fudendo na mesa da cozinha, do lado dos restos do bolo ou coisa assim. Mero joguete. Nesse ponto você perde a respiração e fica meio entediado ou enjoado.
- ... você segue porque tem que seguir. Pensar nisso da fome e sono.
- Idiota.
- É uma forma de pensar.
E ali me apoiei. Na parede fria. Meus pêlos da barriga estavam molhados e o umbigo sujo. Eu precisava limpar ele. Não limpei. Estava entediado e gostando da ideia. Quem mais estava?
Assinar:
Comentários (Atom)