sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

escrever

Segundo ao que constatei, nesta primeira semana de nova vida, era que seria necessário escrever. Sentar-se, deixar a janela aberta, olhar onde os gatos estão e, então, escrever. O que me chamou a atenção é a falta de opção. Me sinto totalmente determinado em ter que escrever. E repetirei quantas vezes for preciso esse verbo. Ao cabo que ninguém se importa e mesmo que o que irei relatar seja para o nada. É o que mereço sendo fruto de uma maldição. Sim, maldição. Muitos nem deve acreditar nisso, se não acreditam nem no futuro, quem diria de algo que o seguirá até o final da vida. Sou um leitor. Leio. A desgraça é essa. Seguir procurando em meio a milhares de páginas frases soltas que me apoiem. Por mais maluco que isso pareça e solitário, me exige uma eterna atenção diante cada sílaba que vai se formando diante de meus olhos. Posso sucumbir a qualquer momento. A narrativa que tenho dentro de minha cabeça e que me permite estar de pé perante aos outros, ela existe já faz muitos anos em mim, me inclina a futuros não tão promissores. Por isso a busca. Por isso a necessidade de escrever. Por isso tantos textos soltos e palavras aleatórias em dias que não causam nada em ninguém. Se eu errar um verbo, uma conjunção, qualquer preposição ou alinhamento de pensamento, não causará nada em ninguém. O mundo está ficando cada vez mais distante de si e ultimamente até de sua própria representação. Observo isso e tento permanecer. Ereto. Fazendo exercícios para o corpo não cair. Muitos os desprezam ou o superestimam. Ninguém está errado. Simplesmente não há mais o que se dizer ou o que se fazer. É a era das catástrofes, ou o planeta das catástrofes. Aceito ser realmente um sobrevivente. Tendo em minha cabeça a insígnia daquele que sabe que irá morrer entre tantos que ainda plantam ódio, rancor, raiva, desprezo, ciúme, vaidade! Entre tantas outras coisas, que você diz ser humana, de fazer parte do homem, e o que transforma num verme asqueroso a cada dia que passa. Fiquei aí mesmo. Eu ligarei para a polícia quando não houver movimentação em sua casa e o gramado na frente da sua casa incomodar a minha visão.

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