Velhas lágrimas, problemas batidos, um samba sem um pingo de noite.
Um olhar tímido diante do mundo,
escorrendo pelas frestas de sua mão.
Lhe digo: "Isso não vai adiantar."
Porém, esse medo, essa inconstância,
esse olhar contra luz, vira-se contra mim.
Encaro, de volta a escuridão de velhos tempos,
a minha antiga tarefa: castigo dos deuses?
irmão de Sísifo? cicatriz de Fausto?
O que me escondes por segredo?
Uma chama que destruíra velhos alicerces.
Um terreno pantanoso e uma vontade - inalcançável - de correr.
Lhe digo: "Quem és?"
Porém, esse turbilhão, esse mistério,
se dissolve na sombra do andarilho
que sai pela madrugada sem motivo algum.
Que divide o fogo a um companheiro de jornada.
O que me ofereces em troca da Lua?
Um retrato meu e teu.
Um velho bilhete repleto de imagens do passado.
O meu retorno a uma solidão que mantém a luz da varanda ligada.
Lhe digo: "Aqui eu sei sobreviver. E você?"
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