Repleto de medos
Andando por andar
Não quero estar aqui
Não tenho cabeça
Não tenho olhos
Que veriam ela contra o vento
Eu não sei voar
Sou jovem
A janela fechada
E a luz de fora apagada
Não quero estar aqui
Aqui ainda sou
Má-consciência
Por aí como louco
Não quero estar aqui
Mas já respiro
Sou maduro
Pequena gaiola do peito
E ela
Janela Aberta
Não quero estar aqui
Aqui estou
Presente com ela
Quente e acolhedor
Eu a sinto
Quero estar aqui
Sem respiração
Com o pássaro do peito ao céu
Ao longe com o vento
De constelações a constelações
De mãos com ela
Pelo jardim florido dessa alma
Ao longe
Já me vejo longe
longe e flutuando
Leve como coisa nenhuma
Já não quero estar aqui
E vejo ela, elas, outras, tantas
O que é aflição?
O que é chão?
Infinito claro ao longe
Eu sou muitos
Me chamo Rimbaud
Não estou só
Leve como lágrima ao longe
O ritmo
A harmonia
A auto revelação
O não dito
O não pensando
Consciente, alerta, perigo, vivo, presente, sincero, morrendo
Longe
Não mais aqui
...fogo de vela quebrando o vidro]
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