Textos, escolhas, cenas e ações. Eu deveria descrever o blog. Mas necessito de algo mais...
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Calango 2
mão de homem barbudo matou cascudo. exército de formigas se deu o trabalho de recolher o imenso corpo. atiraram no fundo da casa. janela a três metros de altura observa-vá o auto em seu estado de tédio pleno. augusta. homem voltou a dormir. enquanto dorme não mata nada. calango apareceu depois de sumiço estranho. lembrou que morte existe ao ver cascudo em cartilagens vivas. formigas obesas davam trato do cadáver. em outro dia mosquitos tiveram o mesmo destino. pensou calango com sua barriga cheia. nisso colocou sua língua para fora. mirou o muro em sua frente esticando mais ainda o seu longo pescoço. não sofria da coluna. rabo dava equilíbrio na corrida quase desengonçada. se mãe de calango visse ficaria com vergonha. corria feio. feio mesmo. mas subiu em rápido o muro de quatro metros. apunhalou três mosquitos pelas costas em meio ao trote. cascudo era devorado. janela era fechada por mais um prenúncio de chuva. calango sumiu no meio do lixo-mato. outra hora as coisas todas voltariam ao ritmo. agora era a chuva que vinha trabalhar. homem na janela fechada olhava a rua e pensava: o mundo não tem pausa e isso me cansa.
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