a novidade, a tal da novidade, instalou-se primeiramente através do aparelho de televisão. eu via aquela luz que saía daquela máquina atingir tudo que estava na sala. as vozes que que anunciavam a novidade, uma felicidade tamanha, saiu pela janela, derrubou a porta e imundou a rua inteira. no outro dia, a novidade, havia deixado inúmeros móveis boiando rua abaixo, caindo no campo de futebol. havia alguns corpos embaixo de algumas árvores, jacarandás lindas por sinal. a novidade, a tal da novidade, primeiros fez com que poucos fossem vistos como os traidores. sabonetes foram entregues em massa para a população. era necessário fazer uma boa higiene das mãos, daqueles poucos que ainda poderiam comer. havia um silêncio torto pelas ruas. desviava palavras de esperança. era difícil se desvencilhar da novidade, a tal daquela novidade. ela estava pregada no altos dos postes e nos pescoços de alguns que tinha o privilégio de repartir aos outros isso em plena calçada, que graças a poucos não era mais livre para qualquer um ou uns. o aparelho televiso já não transmitia qualquer sinal. ficava a deriva em qualquer onda.
uma menina caminhava por entre os bosques e acabou se perdendo. impressionante os acontecimentos da vida, a menina acabou se deparando com o mar. reluzia fortemente toda a luz do sol. a menina olhava tudo. ou o que conseguia em silêncio mudo. ficou cega. depois de conseguir chegar em casa as crianças do bairro foram a ver. preocupados escutavam ela narrar porque estava cega. depois daquilo guiava todas as crianças pelo bosque. nunca as levou para ver o tal do mar que refletia a luz inteira do sol. embora cega, era a menina que viu o mar que comandava todas as outras. morreram no bosque seco.
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