sábado, 13 de setembro de 2014

te velei no meu colo

te velei no meu colo
pingava qualquer coisa de minha barba
que num corroer de horas estorvei

a mente contorcida
pingava doses de passado
jogada agora
o corpo se tornava animalesco

sorriso passivo de soco
germes ou genes num pequeno papel
embrulhado e posto no lixo

sangue que provavas
o leite que pincelava
o céu
universo bocal

de dentes armados
pulando de treze metros
entre tripas e indecências
insônia plana
numa corrente de poesia feita em várzea

caí finalmente

te velei porque não tive saída
não tenho outra coisa
nem atividade
só impotência

a minha poesia abriu a gaveta
o arquivo estava lá

em pedaços
destruído

apenas o título:
única chance

Nenhum comentário:

Postar um comentário