te velei no meu colo
pingava qualquer coisa de minha barba
que num corroer de horas estorvei
a mente contorcida
pingava doses de passado
jogada agora
o corpo se tornava animalesco
sorriso passivo de soco
germes ou genes num pequeno papel
embrulhado e posto no lixo
sangue que provavas
o leite que pincelava
o céu
universo bocal
de dentes armados
pulando de treze metros
entre tripas e indecências
insônia plana
numa corrente de poesia feita em várzea
caí finalmente
te velei porque não tive saída
não tenho outra coisa
nem atividade
só impotência
a minha poesia abriu a gaveta
o arquivo estava lá
em pedaços
destruído
apenas o título:
única chance
Nenhum comentário:
Postar um comentário