nas portas da américa o dito
pablo neruda presente
ahora y siempre
da única maneira que se pode ler
em grito acanhado
com choro em vistas
o sangue escorre da cordilheira
espalhando o vermelho do grande rio amazonas
até o pampa esquecido
até as malvinas roubadas
na silhueta do nado frio que se faz no sulino estreito
ahora y siempre
mesmo entre a velha história que se repete
entre as nossas esperanças já conhecidas
que fica registrada em fotos amareladas
tarjas de desaparecidos
- velho manto que cobre os sonos de tristes mães -
ahora y siempre
no bater dos corpos bonitos
que caem pela bala teleguiada
um por um
nos rastros de prestes
nos desejos de bolívar
no andar inalcançável de allende
no uivo rouco de guevara
fuzilado como um perro
entre as catacumbas prateadas de potosí
ahora y siempre
diante das portas da américa
no silêncio mortal do senhor brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário