palma da mão
rastros da juventude diante da infinitude do futuro
o vir a ser
e aquele amargo que vai se acumulando
aos poucos
devagar com cada fixar diminuto
e tudo fica roxo
inchado
me torno pedinte daqueles velhos presentes
quando acordo vejo o corpo inchado
as mãos
minhas
solitárias
abertas para qualquer adeus a ser dito
repetido
preciso parar com esse vício
essa repetição do som de chuveiro ao fundo
e a secura que me mata
relembrando o velho giro da vitrola da saudade
cantarolando
a música da saudade
palma da mão
pequena
repleta de infinito em estado maior
dos dedos apenas aquela névoa
escura e densa
do que não virá a vir
do que não irá se repetir
do repeteco insosso
esqueci um cálice de vinho
cujo fiapo de sangue banha o vidro rachado
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